O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, disse neste sábado (13/10) que concorda em ir a debates com seu adversário, Fernando Haddad (PT), mas desde que não haja "interferência externa", referindo-se à suposta influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de Fernando Haddad (PT).
"Se for debate só eu e ele (Haddad), sem interferência externa (de Lula), eu topo comparecer. Estou pronto para debater; tem de ser sem participação de terceiros", ironizou, em meio a uma gravação de programas eleitoral na casa do empresário Paulo Marinho, no Jardim botânico, bairro da zona sul do Rio.
O fato de Bolsonaro não confirmar a participação em debates — o capitão reformado já disse que avalia não ir a nenhum como estratégia para vencer — tem sido uma das maiores críticas feitas por Haddad a ele. Pela manhã, o petista voltou a falar sobre o tema: "Quem não tem propostas, não tem o que debater", afirmou, antes de encontro com coletivos culturais na Cohab Raposo Tavares, na zona oeste da capital paulista.
Bolsonaro tem rebatido as críticas dizendo que não vale a pena debater com Haddad porque não é ele quem toma as decisões. O militar chamou Haddad de "ventríloquo de Lula" (em aparente confusão, pois ele deveria querer dizer que Lula é o ventríloquo de Haddad) e disse que o adversário não escolherá os ministros caso seja eleito. "Quem vai escalar time de ministros será o Lula. Não adianta (ele) ter boas propostas se vai ter indicação política", continuou. "O mais importante é ter independência para escalar um time de ministros componentes."
Questionado sobre essas falas do candidato do PSL, Haddad respondeu que "quem bate continência para americano não tem moral para falar nada", em referência a uma ocasião em que, diante dos eleitores, Bolsonaro bateu continância à bandeira dos Estados Unidos.