O líder do PL na Câmara dos Deputados, Altinêu Côrtes (PL), comparou a atuação do grupo terrorista Hamas, responsável por um ataque que matou centenas de pessoas em Israel no último sábado (14), com o que chamou de "doutrina que acontece aqui", no Brasil.
A declaração ocorreu durante a sessão que marcou a criação da Frente Parlamentar em Defesa da Educação sem Doutrinação Ideológica, que reuniu vários deputados bolsonaristas nesta terça-feira (17).
Em um rápido discurso, já ao fim do encontro, Altinêu abriu a fala contando que "uma professora quis doutrinar a turma" da filha de 13 anos, mas que a menina "reagiu".
Após relatar uma reunião com a diretora da escola particular, o deputado mencionou um conteúdo que teria recebido "nesses anunciozinhos de internet".
— Eu vi uma entrevista, parece que um americano entrevistando o filho de um dos fundadores do Hamas, em 2014. E ele dizendo, o filho do fundador do Hamas, que ele conseguiu sair, mas que é muito difícil porque as crianças lá são doutrinadas desde que nascem — afirmou.
Neste momento, Altinêu foi interrompido pelo médico Fernando Rassi Nader, diretor-geral de uma escola particular em Goiânia, que estava sentado à mesa ao lado dos integrantes da frente parlamentar.
Em seu perfil nas redes sociais, Nader compartilha conteúdos que falam da "farsa do negrismo e do racismo estrutural" e apontam, sem apresentar qualquer prova, que a transição de gênero está "sempre associada à angústia, depressão, psicose e até mesmo suicídio", além de postagens favoráveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu entorno.
— Só para complementar, o que vocês estão vendo hoje, o que o Hamas está fazendo, é fruto de uma doutrinação que começa desde cedo, as crianças aprendem a odiar o judeu. Eles aprendem que judeu não é gente. Que o judeu precisa ser eliminado — pontuou Nader.
Altinêu, então, arrematou o próprio raciocínio:
— A gente viu lá no vídeo o assunto do Hamas, aquela doutrina, mas e a doutrina que acontece aqui? — perguntou, antes de prosseguir: — Aqui a doutrina está levando as nossas crianças a ter um comportamento, e a professora na escola me contou que o comportamento, hoje, não é normal. É um comportamento de que se cobra muito o direito, mas que a sociedade esqueceu os deveres.
Na sequência, o líder do PL dirigiu-se ao deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), responsável pela iniciativa e presidente da frente parlamentar:
— Essa é a luta, talvez, de todas, a mais importante do Brasil. Esse movimento, não importa o tamanho que vai começar, é a bandeira que pode salvar o Brasil.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) será o vice-presidente do grupo, com o deputado tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS) como coordenador. Além do trio, a sessão de lançamento também contou com a presença de outros nomes do núcleo duro bolsonarista, como Carla Zambelli (PL-SP) e Walter Braga Netto (PL-RJ).
O estatuto da frente parlamentar diz que o objetivo do grupo é "conscientizar pais, docentes e demais profissionais no ramo do ensino, alunos e representantes da sociedade civil acerca da ocorrência de doutrinação ideológica em ambientes de ensino no brasil", bem como "combater e prevenir a ocorrência da doutrinação político-ideológica nas escolas brasileiras". O documento fa
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