Ele explicou ainda que a cota de R$ 1 milhão não deve ser paga em dinheiro em espécie, mas na prestação de serviços. O edital solicita, por exemplo, que o patrocinador traga 70% deste valor através da captação de eventos e 30% na manutenção do estádio. E a Arena já tem os primeiros pedidos para a Ambev. A companhia deve trazer, por exemplo, novas geladeiras e placas de sinalização interna para o estádio. Afinal, os equipamentos atuais têm o logo da antiga patrocinadora, a Itaipava, e alguns já foram até retirados por conta disso.
Mas o maior desafio da Ambev será mesmo na captação de eventos. Borges explicou que o Governo do Estado está articulando a vinda de shows internacionais para a Arena, mas os eventos estavam dependendo de patrocínio. "É difícil viabilizar grandes eventos no Nordeste, mas agora será mais fácil, visto que teremos uma parceira forte e de presença mundial", alegou o diretor-geral da Arena, revelando que a intenção é realizar um show em agosto e outro em dezembro deste ano. "Devemos anunciar o primeiro já neste mês", prometeu.
Em contrapartida, a Ambev terá espaços exclusivamente para a exposição da sua marca dentro do estádio, inclusive nas faixas da arquibancada. A marca ainda será a única a vender bebidas na Arena. Porém ainda não definiu qual cerveja será a patrocinadora máster do empreendimento. Nos bastidores, no entanto, comenta-se que a decisão deve girar em torno da Skol e da Brahma. Afinal, a primeira cerveja tem uma presença forte na região e a segunda é parceira antiga do futebol. A Brahma é patrocinadora de diversos clubes nacionais, inclusive Náutico e Sport, e também vai apoiar a Copa do Mundo do Brasil. Isso, contudo, não deve impedir a comercialização de outras cervejas do grupo no campo, como Budweiser e Stella Artois.
A marca escolhida, no entanto, não vai dar nome ao estádio, que se chamava Itaipava Arena Pernambuco em 2014. "Este contrato não prevê naming rights, só uso de imagem e exclusividade na comercialização. Então, a Arena continua se chamando Arena de Pernambuco", explicou Borges.
Quando foi inaugurada, em 2013, a arena construída para a Copa do Mundo de 2014 em Pernambuco fechou contrato de patrocínio com a Itaipava. A ideia da marca era aplicar R$ 100 milhões em dez anos no estádio. Porém foi abandonada em 2015, devido à frustração de receitas e os consequentes prejuízos do estádio. Isso provocou até a rescisão do contrato de Parceria Público-Privada (PPP) com a Odebrecht. Por isso, só no ano passado, o Estado decidiu buscar um novo patrocinador. E, mesmo assim, a primeira tentativa não teve sucesso. Em julho passado, o governo lançou um edital em busca de patrocinador, mas não recebeu nenhuma proposta. Por isso, o edital atual, vencido pela Ambev, é mais maleável: a começar pela previsão de arrecadação anual, que caiu de R$ 4 milhões para R$ 1 milhão.
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