O fluxo de venezuelanos que chegam a Roraima pela fronteira entre Pacaraima e Santa Elena de Uairén caiu na quarta-feira, 1º de maio, para 570 pessoas, de 848 no dia anterior - o primeiro de protestos convocados pelo autoproclamado presidente interino Juan Guaidó contra o regime de Nicolás Maduro.
Segundo a assessoria da Operação Acolhida, que ressalta que esses números variam muito diariamente, apesar de a média da última semana estar em torno das 400 pessoas, 616 entraram no Brasil na quarta-feira e 46 voltaram para a Venezuela.
A fronteira está fechada do lado venezuelano desde fevereiro, o que provocou a queda do fluxo de refugiados que chegam ao Brasil de mil pessoas por dia para cerca de 200. Nas últimas semanas, segundo o Exército, no entanto, essa média voltou a subir.
"Cabe ressaltar, ainda, que 278 pessoas se dirigiram ao Posto de Triagem da Operação, sendo 76 para solicitação de refúgio e 202 para residência temporária", acrescentou por meio de nota a assessoria de comunicação da Operação Acolhida. "No que se refere ao atendimento na área de saúde, 423 pessoas foram vacinadas e um total de 1096 doses foram administradas."
A Operação Acolhida informou que não houve reforço na fronteira por causa da confusão ocorrida na Venezuela. Segundo os militares, a movimentação foi tranquila durante todo o dia em Pacaraima.
Na quarta-feira, o governador de Roraima, Antônio Denarium (PSL) disse ao jornal O Estado de S. Paulo que teme que a população de seu Estado se volte contra os venezuelanos.
"Temo que a população se revolte. Temo que se volte contra os venezuelanos porque não tem nenhum benefício para brasileiro, só tem benefício para venezuelanos", afirmou ele. "O que vem é só pro venezuelano. Não dá cesta básica pro brasileiro que está passando fome. Mas, pro venezuelano, dá tudo, almoço, jantar, aluguel. Dá tudo que o brasileiro não tem."