As duas esquinas da quadra onde fica a portaria principal da TV Cultura, na rua Cenno Sbrighi, foram ocupadas por manifestantes contra e a favor do juiz Sergio Moro. Um bloqueio da Polícia Militar e da CET (Companhia de Engenharia de Tráfico) foi feito para impedir o acesso à emissora, onde o juiz era esperado para uma entrevista no programa Roda Viva.
Os carros que chegaram com jornalistas pela esquina da Cenno Sbrighi com a rua Vladmir Herzog foram hostilizados por militantes de esquerda que se reuniram ali. "Moro imoral, juiz parcial", gritava o grupo.
Na esquina oposta, cruzamento com a rua Iporanga, o ânimo era outro. Vestidos de toga, os manifestantes de grupos de direita saudavam Moro como "guerreiro do povo brasileiro", referência à palavra de ordem de petistas quando da prisão do ex-ministro José Dirceu, no mensalão.
Enquanto os militantes protestavam, um veículo preto da Mitsubishi com os vidros escurecidos percorria as ruas próximas e estacionou quase na esquina da rua Carlos Spera, que se resume a uma quadra, onde fica a portaria dos fundos da emissora.
Policiais abordaram dois homens que circulavam por ali. Descobriram então que o local é ponto de prostituição masculina. Ninguém foi retirado do local. Policiais à paisana também andavam pelo lugar.
Às 20h55 duas Pajeros pretas também com vidros escuros entraram rápido pela ruela. Agentes da Polícia Federal já estavam a espera em frente do portão de trás da emissora. Era Moro que entrava sem ser notado.
Havia cerca de vinte manifestantes em cada esquina gritando contra e a favor de Moro. Às 22 horas os megafones e carro de som dos militantes de esquerda silenciaram. No grupo da direita, acabaram os rojões. Faltava pouco tempo para começar a entrevista quando todos abandonaram o local.